O que nos causa um mal maior: o inimigo declarado, ou disfarçado de amigo?
Aquele que compartilha nossa dor, mas não a respeita…
Sabe nossos segredos, nossas fissuras, nossas fraquezas, e os comenta, os distorce os perverte…
Que nos trai. Nos reinventa para o mundo.
Nos machuca, quando esperávamos alívio, consolo, braços abertos.
E o pai abusador, que quem se espera o colo acolhedor, a proteção, o abraço terno?
O que provoca maior devastação em nossa alma, uma ausência de mãe, ou uma competição cruel, aniquiladora, invejosa e castradora? – assistam Cisne Negro.
O que faz um mal maior – indo agora para o terreno material – não usar óculos, ou colocar falsificações “made in China” que nos deixa expostos à luz do sol, com as pupilas bem abertas na ilusão de um escuro protetor?
…a cascavel que avisa quando chega e não esconde seu veneno, ou o cachorrinho da amiga que distraída não o vacinou, e você é quem agora precisa da vacina?
O bandido, o exterminador, ou o político, o gestor, o cara pago com o dinheiro do Estado, para nos garantir nossos direitos, a lei, a democracia, e que nos rouba, nos engana, e ainda nos subestima?
…o livrinho com capa vagabunda que só de folhear você percebe alguns erros, ou aquele exemplar recomendado, ricamente encadernado, e que ao fechá-lo percebes que não lhe acrescentou nada?
…o cônjuge que já não conjuga o mesmo tempo verbal, nem o mesmo verbo conosco, e que carrega uma aliança no dedo, mas não na alma, posto que sua aliança é com outra.
Promessas, leito quente, leite doce, pão , mel e fel…
…o filho que se traveste de ternura pra roubar a família, matar a avó, vilipendiar o amor?
…a mão que balança o berço, até virá-lo de ponta cabeça…
Há incansáveis exemplos dessas Armadilhas, mimetismos sociais, enganos, ilusões, espertezas…
Sempre haverá:
nos supermercados, nos cinemas, nas livrarias, nas danceterias, nas escolas, nas livrarias, nas butiques, na vida.