Acordo, levanto, tomo meu café da manhã, raramente de mau humor.
Saio e já no elevador encontro gente falando mal da vida. Às vezes prefiro as escadas,não encontro ninguém, mas quando encontro algum vizinho colocando o lixo pra fora, ele também coloca seu lixo interior e fala mal da vida, do lixo, da escada…
O porteiro junto com o “Bom Dia!!!” me dá notícias ruins: ” A senhora viu isso, viu aquilo, aquilo outro?”
Sigo incólume a minha aula de Pilates. Maravilhosa! E o que as pessoas fazem, além dos exercícios?
Falam mal da vida; falam de doenças e violências, e sonhos ruins, do clima que está péssimo – qualquer que seja!
Volto, passo pela padaria, pelo açougue, pela costureira, dependendo da necessidade diária e sempre encontro alguém reclamando, me oferecendo um “Mau Dia”, disfarçado no cumprimento.
Tento convencer do contrário. Mas quem olha a vida com maus olhos, como me verá?
E assim o dia segue seu curso; o médico, o dentista, a recepcionista falam mal de outros seres humanos, das contingências, do governo (aí até eu meto o pau – ninguém é de ferro!).
Difícil um sorriso.