Já ouvimos dizer que é caminhando que se faz o caminho.
Muitos já filosofaram, outros cantaram, alguns poetisaram tal tema, e sempre com maestria.
Eu quero falar do que vivi. Da funcionalidade de tal prática.
O caminho pra mim, é hoje, o que conta.
Na contramão do utilitarismo, onde os fins justificam os meios, pra mim o que valeu mesmo, foi o caminho que percorri.
O que me tornei na conquista de bens: bem querer, ouro, posses, etc…
O que aconteceu comigo depois das esperas, das frustrações, dos gestos mal interpretados, das falas mal compreendidas, dos encontros, dos desencontros, das conversas, dos cursos onde tão pouco assimilei, dos discursos onde tão pouco falei.
Das idas e vindas, dos sonhos, dos sorvetes, dos beijos, das lembranças, da saudade.
Do vivido, e do não vivido.
O que fiz de mim é o que realmente importa.
Sartre is right!
Não é o que vida faz contigo, é o que você faz com o que a vida fez…
O pote no final do arco-íris…Mas como é belo o arco-íris!!!!
A pergunta é:
Qual o rastro que deixamos?
Antonio Machado, o poeta, diz:
Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
Qual o rastro que teu barco deixou?
Qual o caminho que temos traçado pra nós?
Esse caminho seguido, tem nos trazido calma, realizações, paz, alegrias, conforto?
Quem temos encontrado nesse percurso?
E se tivermos pego o caminho errado?
Se nesse caminho temos tido apenas desejos e não anseios?
Se nossas conquistas não satisfazem nossa alma…
Seria esse o caminho?
e não sendo, teremos sabedoria e coragem de abandoná-lo em busca do certo?
Mesmo sabendo que esse atalho é incerto, escorregadio, e solitário?
Não temos um caminho novo, o que a vida nos oferece é um novo jeito de caminhar, mas, se seguirmos o caminho do outro, o caminho mais fácil – o da normalidade, estaremos equivocados.
“A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás, mas só pode ser vivida, olhando-se para frente”
( Soren Kierkergaard )