O Maestro!
Jung nos diz que Deus aparece pra nós num certo estado de espírito, e nós alcançamos Deus pelo self, que eu traduzo como “O Maestro”.
Ler e interpretar a partitura não é fácil.
Disse Bernard Gavoty: “O maior compositor do mundo, se não tiver um intérprete adequado, é como um homem impedido de falar por uma mordaça”.
Para que esse imenso conjunto musical – a orquestra/nós – possa ter expressão, tempo rítmico e harmonia, é necessário o Maestro, para que estabeleça a ordem.
Do contrário, cada conjunto de instrumentos atuando separadamente seria a desordem, o caos, o barulho.
O Maestro nos recorda nossa força, nosso poder, nossas habilidades, nossos potenciais, e muitas vezes não é pela inteligência e sim pelo treinamento que muitas vezes produz dor.
Esse Maestro rege todos os grupos de instrumentos;
Aos metais/mental, ele permite a ordenação dos pensamentos e das ideias.
Afinal, todo aparelho mental (a razão, o pensamento, o intelecto) é um instrumento, ou conjunto de instrumentos muito bom.
Como a minha faca de cozinha!
Mas não a estou usando agora, agora uso meu computador.
Nossa mente não é pra ser usada como nos ensinaram, a todo instante É o Maestro que com sua batuta ordena: “Agora os metais!”
Mas num mundo onde o pensamento é super valorizado, o uso excessivo desse instrumento nos tem trazido barulho, e não harmonia.
À Madeira/corpo, o maestro mantém a integridade, a regeneração. E sua manutenção é para a execução dessa peça nessa vida.
É o Maestro que dá vida ao corpo e ordena todo seu movimento.
Aos instrumentos da percussão/ego, ele dá o tom exato para que não dominem a orquestra.
Faz com que este grupo tenha seu papel de trazer consciência, e saiba lidar com as questões do mundo, mas que se subordine ao Maestro e não que o suborne.
Quando fui assistir a apresentação da Orquestra de que mencionei no primeiro artigo sobre Orquestração, percebi que o Maestro só cumprimentava o Primeiro Violino e por isso associei as Cordas à Alma, pois o Espírito se comunica diretamente com a Alma e e dela que emana todos os feelings, toda sensibilidade da orquestra.
Na frequência com que nos relacionamos com nosso Espírito, reside nossa Espiritualidade, e é sempre através da alma que esse movimento se dá.
Há pessoas que estão em dissonância com seu Espírito, são apenas regidas pelo instinto, pelo corpo.
Outras, só usam a cabeça, fazendo de sua vida um enorme barulho.
Também há os que só afinam as cordas (alma), esquecendo-se do corpo, do ego, preferindo viver longe do mundo e das pessoasem sua arrogância espiritual.
Há ainda as que confundem esse Ser verdadeiro com o falso eu das aparências do ego.
Há de tudo, assim como há de todo tipo de dor e de doenças/sintomas.
Mas na Orquestração, na Sincronicidade, no Processo consciente de Individuação de tornar-se “Si Mesmo” e viver a verdade de seu Espírito, encontramos a verdadeira paz e sentido de vida, e percebemos a diferença entre Ser, Viver, Existir e suas implicações.
O Maestro nos traz a partitura para a peça da nossa vida e cria todas as circunstâncias para que desenvolvamos nossos potenciais e tragamos à consciência o que está no inconsciente, para que nossa vida se torne música.
E, detalhe importante; ele dá as costas à plateia.
Capisce?