Não sei se esse assunto tem um final, mas termino essas considerações por aqui.
Essa orquestração, esse estado de harmonia e ritmo de que falei, é um estado de equilíbrio entre nossas forças/habilidades/energias, onde cada um desses nossos
aspectos conta, e conta muito.
O Ego por exemplo, é necessário para que possamos “com-viver” nos relacionarmos, “com-quistar” nossos espaços profissionais, sociais, afetivos. Precisamos e gostamos de ganhar dinheiro, e o ego abre espaço pra isso. Um ego estruturante, pronto e desenvolvido favorece a atuação de toda orquestra. Soma!
Apreciamos a validação, o elogio, a aceitação do meio. A diferença está em apreciar e submeter-se, render-se, precisar, depender.
Claro que o mundo mental é importantíssimo, pois é através dele que raciocinamos, refletimos, ponderamos, colocamos na balança nossos pesos, formamos nossas crenças, e muitos de nossos valores. Raciocinar é muito, só não é tudo.
E o corpo, então, com nossos instintos de sobrevivência, defesa, acasalamento, sexo, fome, sede? Como negar sua importância? Sem eles – corpo/instinto – não estaríamos aqui.
E ele tem suas demandas que precisam ser atendidas, pois o corpo do contrário, grita. Ele necessita de atenção, cuidado, carinho, higiene, prazer, exercícios, trabalho… Nossas emoções são de sua jurisdição, e precisamos aprender a gerenciá-las, do contrário seremos regidos por elas, e por toda sorte de carência do nosso corpo/instinto. Nossos feelings, sentimentos, intuição, gosto pela arte, são estímulos que nossa alma nos proporciona. Abandone seus estímulos e sua alma o abandonará e você ficará des-animado, ou des-almado, apático, e sem norte. A alma quando desafinada dos demais setores, alijada do processo de nosso desenvolvimento nos causa doenças.
A síndrome do pânico é causada por ela. A depressão? Idem. E até a gripe e a esquizofrenia.
Mas quem conhece todos os tons, todas as notas, todo processo de nosso desenvolvimento, nosso treino, nosso temperamento, nosso jeito é o Maestro/Espírito.
É Ele que nos rege e se não o acatarmos, se não nos rendermos a Ele, só nos resta a desarmonia, a dor, o desajuste de uma orquestra sem ensaio e no caos.
O Ego regendo a orquestra? Ele não tem condições. Tão pouco nosso aparelho mental.
O corpo? Como vimos não é de sua jurisprudência.
A alma tem o link, o acesso à comunicação, mas apenas e tão só o Maestre/Espírito tem o poder e a habilidade, a destreza, o domínio sobre a Orquestra.
Qualquer conflito é uma contenda entre qualquer grupo da orquestra e o Maestro.
Quando o ego quer uma coisa e o maestro outra; dor, angústia, sofrimento.
Quando o corpo quer algo/alguém que não tem a anuência do Maestro; dor.
Porque apenas e tão somente Ele nos rege.
E desejo que seu conserto/concerto seja maravilhoso!