Quero falar sobre rolezinhos.
E quero me posicionar como mãe, professora, psicóloga, escritora, cidadã e sei lá mais o quê, que consegui ser na minha vida.
E por querer falar sobre tal assunto, não posso me esquivar de falar sobre LIMITES.
Me escusem as maiúsculas, mas é compensação por um instrumento dessa magnitude ser tratado em minúsculas.
Percebo que há muito, nossos jovens clamam por limites.
Limites que eles não encontram nas escolas. Se hoje em dia, um professor toma alguma medida contra a indisciplina corre o risco de ser na melhor das hipóteses processado, e na pior: assassinado.
E, mal visto, mal falado, vilipendiado por grande parte da sociedade.
Na minha época havia nota de disciplina. Mas isso foi no século passado…
Limites que eles não encontraram na família, onde tudo pode – tadinhos!
Não conhecem o Não. Não lidam bem com frustrações – tadinhos!
Se encontrarem uma pedra no meio do caminho, não a transformarão em poema, nem em motivação para crescerem, nem esculpirão estátua alguma.
Simplesmente atirarão contra vitrines que exponham objetos que eles invejam.
Não encontram limites no trânsito onde ultrapassam de qualquer maneira, passam livremente nos semáforos vermelhos de vergonha, sobem em calçadas, buzinam sem motivo, chutam retrovisores impunemente, saem sem dar setas, compram carteiras…
Não respeitam a Lei do Silêncio ou da Privacidade. Ouvem o que querem, no volume que acham adequado, na hora que melhor lhes apraz.
Não há lei que respeitem.
E agora, mais uma vez não lhes vão colocar limites.
Não?!?
Então será o fim mesmo.
É como há muito eles cantam: Tá dominado! Tá tudo dominado!
E minha paciência esgota-se ao ouvir colegas, pedagogos, filósofos, sociólogos, antropólogos, demagogos falarem que lhes falta.
Falta espaço dizem eles, falta lazer, atrativos…
Como se não houvessem parques, museus, praças, exposições…
Falta Cultura!
Falta sim, EDUCAÇÃO!
Falta LIMITES!
…e é claro que não generalizo: há muitos jovens sendo bem orientados.
Falei e disse!
Como se dizia no meu tempo!